Recent Posts

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Olhares sobre vegetarianismo

“Você comeria criancinhas feitas em pedacinhos?” É com essa pergunta, numa voz rouca e um grande sorriso que o Monge Genshô, responde ao ser questionado sobre sua possível vontade de comer carne. Ovo-lacto-vegetariano desde o nascimento, hoje com 62 anos o proprietário do restaurante vegetariano Daissen, localizado no centro de Florianópolis, conta que a opção de se tornar vegetariano está ligada a uma questão pessoal e não a questões de cunho religioso. Praticante do Zen Budismo fundou a associação Zen Budista de Florianópolis que conta com 400 membros.

Fora da religião, Petrucio Chalegre, o Monge, é consultor de empresas e afirma que o nicho de mercado para vegetarianos vem crescendo a cada ano, prova disso são as empresas como Sadia e Perdigão que lançaram uma linha de produtos à base de soja. “Eles não estão pensando nos vegetarianos e sim no mercado. Até porque o grande lucro dessas empresas é a venda de produtos de origem animal”, comenta Chalegre.


Maria Octávia Nobrega, 22 anos é estudante de Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catariana – UFSC. Ovo-lacto-vegetariana há um ano, ela conta que a opção por adotar esse tipo de regime alimentar foi por questões de saúde e que hoje seu ritmo de vida melhorou. Ela sente-se mais leve e ri ao comentar que seus familiares acham que estão excluindo-a do grupo em determinados momentos, especialmente nos eventos em que o prato principal é o tradicional churrasco. “Acho que se tornar vegetariano por uma questão ideológica é hipocrisia. Eu tomo remédio e poluo o meio ambiente, escolhi o hábito por saúde, uma preocupação comigo e não com o resto da natureza”, admite a estudante.


Por outra vertente o coordenador do curso de nutrição da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, Murilo Anderson Pereira, 30 anos, voltou à alimentação carnívora, ele foi ovo-lacto-vegetariano durante oito anos cumprindo uma promessa. “A minha maior vontade era voltar a comer carne”, comenta, de forma animada, o coordenador sobre o tempo em que foi vegetariano.


O profissional, em sua visão radical, diz que quem se alimenta de produtos derivados de animais não é vegetariano, é contra a esse tipo de regime e que comer carne faz parte da cadeia alimentar. Sua opinião para quem queira adotar o vegetarianismo como hábito alimentar é procurar um especialista em nutrição, pois será necessário um acompanhamento para repor nutrientes e para que o paciente não sofra nenhum déficit nutricional.


Além das questões em prol da defesa dos animais, outros fatores levam pessoas a aderir o hábito alimentar de não comer carne. Um deles é a questão ambiental. Estudos mostram que a produção de animais, para alimentação, no Brasil traz diversos prejuízos ao meio ambiente. A sociedade Vegetariana Brasileira publicou a cartinha “Impactos sobre o meio Ambiente do uso de Animais para Alimentação”.


Os dados mostram que a produção de um quilo de carne é responsável pelo consumo de 15 mil litros de água, 10 mil metros quadrados de floresta desmatada, emissão de dióxido de metano, poluição dos lençóis freáticos, devido aos fertilizantes, contaminação de rios com o despejo dos efluentes animais, alto consumo de energia elétrica e combustíveis, entre outros.









Conheça os diferentes tipos de vegetarianos.


Ovo-lacto-vegetariano: É o estilo com mais adeptos. Na alimentação, excluem-se todos os tipos de carne (aves, bovina, suína e peixes), mas, seus derivados são consumidos normalmente como: ovos, queijo e mel.


Lacto-vegetarianos: Dieta semelhante aos ovo-lactos, porém, nessa dieta não há o consumo de ovos.


Veganos: É a forma mais radical. Nesse estilo exclui-se qualquer tipo de alimentação e consumo de origem animal, até mesmo nas roupas e acessórios que possam contém exploração animal.