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domingo, 26 de agosto de 2012

Fantasmas












Sou o quarto de cinco. Cujo destino mandou que fosse o terceiro dos quatro que continuam vivos.

Ele nos deixou ainda anjo. Antes de me conhecer. Antes que eu pudesse vê-lo.

Aos noves meses, creio. Tornou-se o fantasminha camarada.

Sim, chamava-se Gaspar, igual ao avô paterno, e tinha apelido no diminutivo.

Fantasmas não são de todo mau. Apenas querem continuar o que não puderam, entretanto são incompreendidos. Assim como, muitos dos de carne e ossos vistos diariamente.

Querendo ou não, somos todos fantasmas incompreendidos, incompreensíveis. 
Fantasmas do sistema. Fantasmas da realidade contemporânea. Buscando algo que não sabemos bem o quê ou para qual finalidade a procura serve.

A busca é assim mesmo. A descoberta é o combustível da vida. Somente sobrevive quem descobre. O descoberto apenas sofre e observa. Suas riquezas são fracionadas e quando o fim chega os fantasmas ressurgem.


O que fazer? Imagino que tentar descobrir algo novo é o melhor caminho. Aprender. O aprendido e a única coisa que não se pode tirar a força de um terceiro. A troca tem que ser recíproca.

Aprenda. Afaste os fantasmas. O medo. Descubra como ser o fantasminha camarada e, além de tudo, descubra-se.