Recent Posts

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O Tapuru nosso de cada dia

OK! Então você imagina que ainda, neste mundinho injusto, possa existir alguém que não ligue para aparências, afinal elas enganam. Crê que se o conhecimento vier antes, as coisas irão ser diferentes... Pura besteira, as coisas serão iguais, iguaizinhas... Pode acreditar!

Mas, dessa vez, com um adendo: à la Pepe le gambá. Acho que a imagem ajudará a explicar.


A gente se conheceu via rede social – cá entre nós, acho que a maioria dos meus relacionamentos aconteceram assim – e o papo fluiu naturalmente. Diversos pontos em comum, gostos parecidos etc. Eu, como sempre, sentimental e apegado – é o ascendente fazendo efeito – ainda mais neste ano em que as coisas não estão sendo fáceis.  

Como sempre o dia do encontro, ele chegou cedo porque não estava acostumado com a cidade, eu – por incrível que pareça – cheguei no horário combinado. Vi ele, e achei estranho, pois ele estava se preparando, mas, ao mesmo tempo, pensei “como é bonito o garoto”! A voz, das mensagens de áudio, era idêntica – fofa. O jeito elegante de se vestir era encantador. Apresentei o centro histórico da cidade, após o café.

Balada, reencontro para caminhar... Ele nunca demostrou nenhum sentimento de afeto. Eu mudei a rotina para poder me enquadrar na dele. Apresentei meu bairro, tomamos café na cafeteria que sempre quis ir – mas sempre tive preguiça. Por fim, percebi que tenho uma personalidade exótica – palavras ditas por ele, cujo significado não quis questionar. A velha é típica frase “o problema não é você, sou eu”, veio contemporânea: “Eu sou complicadinho”! Respondi que não estava chateado – apesar de estar – e de que somos todos complicados.

Por fim, creio que eu seja o Tapuru (expressão utilizada por ele para designar pessoa feia – é aquela larvinha da mosca) da vez. Creio que mudanças tenham que acontecer. Mas, de uma coisa eu tenho certeza: para mim, chega.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Cansado!

Eu nunca fui uma pessoa 100% alegre. Apesar de eu ser conhecido por essa característica. Apenas aprendi a me moldar. Resolvi aceitar a música e realmente descobri “que é melhor ser alegre do que triste”.

Entretanto, neste ano de 2014, as coisas não estão sendo tranquilas. Já se passaram quatro meses completos e eu posso contar nos dedos a quantidade de dias em que realmente eu me senti bem.

Às vezes, eu me sinto ridículo em estar assim, afinal, já realizei a maioria dos sonhos que tinha em mente quando era mais novo. Faculdade, emprego público, amigos verdadeiros, viagens etc. Porém, realmente há um fator que ainda não consegui realizar, mas que não depende de mim.

Esse está relacionado ao afeto. Por vezes, eu ouço o discurso moralista de que as pessoas buscam pessoas além do padrão de beleza hollywoodiana que a mídia impõe. Dizem que caráter, bom-humor, honestidade e inteligência são os fatores primordiais para um relacionamento. BESTEIRA!!!

Nas relações sociais em que vivemos hoje, os relacionamentos se transformam em meras convenções sociais, no qual, se namora para mostrar ao próximo o quanto sou bom e o quanto estou bem e feliz. E nisso, os verdadeiros sentimentos se perdem. Ora! Se for para mostrar, tem-se que elevar o padrão estético e o fenótipo do ser. E quem “dança”? Claro, que eu, Pois, nunca tive e nem quero ter o rosto e o corpo de protagonistas de TV.

Em meio a isso, vem a frustração de saber que, apesar de haver pessoas nessa mesma situação, elas preferem sofrer a se arriscar em serem felizes.   Talvez, eu seja uma delas, em saber que a minha beleza atrai pessoas mais velhas, de elas correrem atrás de mim e eu correr delas. Um eterno fogo cruzado de maratonistas.


Bem, vou volta a escrever, pois assim, talvez a angustia que me cerca, sai correndo de vez...  

terça-feira, 13 de maio de 2014

A liberdade de ser (in)feliz

Prezado Joel Hallow,

Eu, como especialista, não irei te receitar remédios do tipo tarja preta. Isso, evidentemente, pelo fato de você não os precisar. Tu não estás doente, não precisas de um CID, de um diagnóstico. Estás apenas triste. E, eu, como detentora da rubrica médica, te dou a permissão para se sentir assim (melancólico).

A infelicidade não é algo ruim, não é para ser amenizada com comprimidos enriquecedores de indústrias farmacêuticas. Ela é para ser degustada, igualmente a um bom vinho importado em noite de inverno. Pode parecer loucura da minha parte (eu também não tomo as ditas pílulas, para deixar claro), mas quem disser ao contrário é porque assistiu telenovelas demais. A tristeza faz parte do ser e é essencial à vida, assim como, a água e o oxigênio.

Não queiras ir à balada após ser demitido, não queiras dar uma festa após ter perdido um ente querido, não queiras esconder os teus sentimentos de afeto, indo ao teatro, após ver o “amor da tua vida” beijar um outrem. Não queiras ser feliz quando tens motivos aos montes para ser infeliz.

Deguste a tristeza. Trabalhe consigo e para si a dor da angustia. Tome o suco de maça, que sei que tens na geladeira. Durma a quantidade de horas prevista. Leia o famoso livro "infantil" que está na estante do teu guarda-roupa. Enfim, reformule o teu cotidiano. 

Seja o infeliz mais consciente que possas ser. Eu te dou essa liberdade, não se prenda a "Ditadura da Felicidade".

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Alaranjado


Ainda me lembro de uma conversa que tivemos. Talvez a primeira. Contei a você a minha cor preferida, sem saber que essa era a cor dos teus cabelos.

A mesma coloração do pôr do sol, da fruta, da flor. Tonalidade da euforia, esta que senti ao te conhecer.

Nuança terciaria, mistura de dois, único, envolvente, cativante que me deixou inebriado, enamorado, mas, que ao fim me deixou só.

Deixou-me com as recordações da tarde, dos contos, do almoço... Que me deixou tão só.

Fortaleceu-me, deu-me energia, lembrou-me a cor viva da vida.

O fogo de outrora, a brasa de agora, a fumaça de amanhã...

Apenas recordações de um olhar calmo, de uma voz branda, de um envolvimento fogoso e de um medo duradouro.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Dr. Google

                   Quem me conhece bem, ou nem tão bem assim, sabe que uso uma típica frase para me livrar de perguntas relacionadas a sentimentos:
                 - Eu vendi as minhas vias lacrimais para comprar cerveja. E, por isso, eu não choro.
                Mas, certos dias eu acordo com o corpo estranho, sinto que algo está errado comigo. Como odeio médicos e as filas em torno da área da saúde, sempre consulto um especialista rápido e prático chamado de Dr. Google, muito conhecido por grande parte da população mundial. Digito meus sintomas para ele e em seguida surgem “Aproximadamente 342.000 resultados (0,50 segundos)”. Mais eficaz do que isso impossível.  Mas, dentre os mais de 300 mil diagnósticos, o que mais me chamou a atenção foi que a maioria dizia ser “sentimentalismo” ou “carência”, como não sei lidar muito com essas coisas, simplesmente resolvi não misturar álcool e não sair nesta sexta-feira chuvosa de open bar na balada.
                Mas, uma pergunta vem à tona:
O porquê desse sentimentalismo e carência?
                Ano novo, talvez! Época em que a maioria dos mortais racionais fazem planos de melhorias de vida e demais clichês que abomino. Mas, no fundo, lá no fundo, eu realmente sei a resposta. E a sei bem!
                Tem nome, sobrenome e endereço próprio. Esse é o problema, o endereço. Ok! Realmente esse não é o maior problema, vou tentar explicar.
                A gente se conhece faz tanto tempo que, eu nem lembro ao certo como tudo começou. E o melhor de tudo é que devido a essa distância as coisas sempre fluíram naturalmente.Porém, eu sempre com os sentimento à flor da pele, iludindo-me um pouco além do normal, mas ele capricorniano sempre colocando o pé no chão e não me deixando sonhar e voar entre as nuvens. Talvez ele saiba mais de mim do que meus vizinhos que me viram crescer. Talvez ele me ouça mais do que meus próprios amigos que convivo e tenho contato fisicamente diariamente. Até então, ele era apenas um amigo virtual que as probabilidades de encontro eram remotas. Mas, eis que o dia do encontro chegou.
                E aquele sorriso tímido que eu conhecia das fotos e conversas online era mais lindo pessoalmente. E aquela voz baixinha das poucas ligações e dos bate papo via Skype era realmente baixa, entretanto muito mais cativante quando você a ouve próximo ao ouvido.
                Mas, o jeito simples daquele menino inteligente mexeu ainda mais comigo, fez com que aquele sentimento adormecido a tanto tempo de mim voltasse aguçado. As mãos dadas durante o banho de mar fez com que meus outros amigos comentassem. O brinde na virada do ano, as mão dadas e os chamegos no banco de trás do carro no trajeto de volta para casa... Tudo isso... Tudo isso... Fez com que aquela velha ilusão retomasse o meu ser.
                Assisti-lo dormir... Quantas vezes, em apenas quatro dias, eu acordei e em silêncio simplesmente fique observado-o. O jeito engraçado como ele caminhava pelas ruas desconhecidas. Como dança mal o tímido garoto. Como mexeu comigo vê-lo pessoalmente.
Sentia-me feliz, os olhares das pessoas desconhecidas não me irritavam. Nem mesmo o calor insuportável que se faz em Floripa nesta época do ano não me fez esbravejar. E, até mesmo, dirigir ao lado dele eu consegui com naturalidade.

Mas, a despedida chegou. Os quatro dias passaram demasiadamente rápidos, até mesmo a pequena Ilha eu não consegui apresentar da melhor forma possível a ele. Para mim, ficou o cheiro na camiseta que ele usou para dormir; a taça em que brindamos a virada do ano e o sentimentalismo aflorado. E, com certeza, a expectativa de revê-lo em breve.