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domingo, 31 de março de 2013

Ontem eu fui à balada


Sexta-feira à noite, computador, séries prediletas baixas, copo de café e a certeza de mais uma noite comum. De repente, a janelinha com o barulhinho irritante do facebook pula pedindo atenção.

- Joel, tudo bem?

- Oi anjo, tudo tranquilo, felizmente. E com você?
Sim, se você já conversou comigo provavelmente já terá lido a frase supracitada. E a minha citação pronta e predileta.

- Estou mal!

Ai meu G-zuis, pensei, lá vem mais um desabafo carente de sexta-feira, à noite: Meus pais não me compreendem, meu namorado está me ignorando, meu namoro está indo para o “beleléu”, meus amigos somente me procuram quando precisam de mim etc.

Voilà.  Dessa vez era a dos amigos! - Quero ir para balada e nenhum dos meus amigos quer ir! Vamos?

Oi?

Sim, ok! Eu já estou acostumado a ser a última opção em tudo. Mas, no fundo, nem me importo mais com isso. Quando meus amigos não podem ou não querem, eu vou só, eu vou só, eu vou só. E, além do mais, sou parceiro para qualquer tipo de “saidinha”: “Joel! Vamos fazer trilha?” – Sim, adoro. “Joel! Estás a fim de acampar?” – Mas, é claro. “Comparsa! Vamos, amanhã, para Belo Horizonte?” – Sim, sim, sim.

- Vamos?

Dou uma olhada nas opções, e como sempre, um “sim” vem.

Tudo pronto. Vamos à balada. Justamente naquela que todo mundo torce o nariz, diz que é fim de carreira. Mas, ele queria e eu era acompanhante de divertimento, então, tudo beleza.

Chegando ao local. O velho dito, em partes, confirmou-se. Eram seis saindo de dentro do táxi “das Palhoca”, gente chegando de moto CG 125, eram mais meia dúzia de gatos pingados... Mas, tudo bem. Viemos para nos divertir! Viemos? Acho que alguém se esqueceu de me comunicar. Ahhh!!! Serei verdadeiro, eu me divertir, sim.

Entramos, compramos fichas para bebidas. Chego ao balcão e o garçom (atendente, barman – sei lá como se chama) me disse: - É teu dia de sorte, pois, está é a última Heineken.

Oi?

Dia? Última cerveja? Sorte? Oiiii?

Sento com meu amigo e não dá um minuto e vem um argentino e senta ao lado dele e puxa papo. Os garçons (atendentes, barmans – já expliquei, né?) olham para mim e riem. Eu olho com a minha expressão facial de “Oi, como assim?”. Mas, tudo bem, somos amigos e argentinos são sem noção...

Mas, tudo que é super animador pode piorar... Principalmente quando você está em um ambiente que tenha argentinos e outros tipinhos de gente.

As “porteiras” do piso superior se abrem. DJ aumenta o som, todas se enlouquecem dançando. Ok, o DJ era uma porcaria, péssimo, com músicas irritantes e sem alma, mas todos realmente dançavam, até porque era o que nos restava. A decoração do lugar era em ritmo “virada do ano” eca. Plaquinhas brancas anunciando 2013 penduradas, panos brancos, borboleta branca, algo parecido com um lustre branco. Tudo branco, eu nunca entendi essa fixação por branco na virada do ano. Renovação? Paz? Oi? Mas, tudo bem.

Quando cheguei vi um moço parado, encostado na parede. Falei para o meu amigo: - Que dó dele, sozinho. Mas, uhulll, a festa está só começando. Vamos dançar.

Não deu cinco minutos e lá vem o argentino. Não deu 10 minutos e veio um garoto e beijou o meu amigo. Sai correndo pelo meio do salão rumo às escadas. Desci e fui ao banheiro. Meu amigo me encontra e diz: - Porque você saiu correndo? Todos acharam que você é meu namorado e estou te traindo! Eu ri demais, com isso. Mas, estava apurado para ir ao banheiro. Tive que sair correndo. Tente imaginar eu correndo no meio da balada. Sim, cena para minutos de risadas altas.

De volta à balada, meu amigo pegou mais uns seis – eu parei de contar depois do sexto – tive que beber Bohemia, dancei igual a um grilo porque minha canela direita ardia. De volta para o banheiro.

Quando passei no corredor rumo ao sanitário. O grupinho, ali aglomerado, começou a rir de mim e me chamar de Lady. Ok! Não é todo dia que eles podem observar uma pessoa alta, magra, de xadrez e calça jeans Skinny.  Então, isso foi o de menos. Até porque se juntar o índice de QI dos três ali presentes, provavelmente seria inferior a de um camelo.

Na volta sentei, com meu amigo, e observei, enfim, uma pessoa bonita. Fiquei feliz, até olhar para os pés dele e ver que ele usava um sapato igual ao da minha mãe. Oi? Sim, extremamente broxante, eu sei.

De volta a pista, eu nem sabia mais onde estava. Queria somente dançar e nada mais. Um menino ficou dançando igual a um gafanhoto na minha frente, eu não dei bola. Deu um minuto e..., não, não, meu amigo não o beijou. Mas, sim outro garoto e outro. Aiiiii... Eles meio que estavam fazendo um ménage à trois na minha frente... Ah!!!!

Meu amigo volta para saber como eu estava. Mas, antes disso, beija outro garoto (que parecei o homem aranha [Tobey Maguire]  – ok estava escuro e eu bêbado, mas foi a imagem que ficou na minha cabeça ). Apesar da canela direita ardendo eu disse que estava bem e complementei afirmando “divirta-se”.

Nisso o “homem aranha” vem para perto de mim, eu saio e vou para o outro lado do salão. Detalhe que nessa hora existiam apenas umas cinco pessoas. Três no ménage. Eu, o homem aranha e o chato do DJ.

Hora de ir embora. Eeeeeee. Chego e meu amigo está com um garoto, super bonito. O segundo que consegui achar bonito, e esse não tinha o sapato da minha mãe, ou seja, não era broxante.

Vamos caminhando até a parada de ônx. E somente lá, ele me diz que o garoto vai para casa dele. (aliás, está lá até agora).
Eu fico demasiadamente feliz pelas conquistas dos meus amigos, sabe.

Mas, meio que me senti um lixo. Porque eu sempre sirvo para ser somente o amigo. E, nunca o melhor amigo. Sou sempre aquela segunda opção. Estudo um monte, e sou o aluno nota nove. Ajudo todo mundo e? Somente sou lembrando em segundo caso.

É isso que me deixa chateado, sabe. Hoje, fui à praia, porque não queria ficar na internet. Choveu na praia, hehe. Ele me mandou várias mensagem, pedindo desculpas por ter me deixado por várias vezes sozinho, por ter me chamado de Melmam. Disse várias vezes que sou super engraçado para sair para festa, que adorou, que temos que marcar com mais frequência.

Eu sei que eu não nasci para o amor, já tentei esqueço diversas vezes. Mas, sempre acabo pensando nisso, e acho que sempre estou mentindo para mim mesmo. Afinal, a quem eu quero enganar? Isso está empregado nas nossas raízes. E, às vezes, eu realmente queria ter alguém para fazer rir no sentido “ainda mais bom” da coisa.

Eu sei que no fim de ano as pessoas ficam mais sentimentais e eu, talvez, esteja. Mas, me sinto frustrado, sabe. Já liguei o botão do “foda-se”. Mas, volta e meia me pego pensando no amor e fico de estomago embrulhado. Fim, eu vou me matar. Beijos e alimentem o meu gato.

Mentira, eu sempre sobrevivo. Beijos...

segunda-feira, 25 de março de 2013

Aos amigos de aluguel

Eu sempre me doei às amizades. Valorizando cada momento, situação, cada sorriso e choro de pranto.

Sempre com um ouvido atencioso para escutar as lamentações, as aflições contemporâneas e os gritos de vitória. Sempre com o cérebro e as mãos prestativas para solucionar desafios, propor novidades e realizar fatos que até eu tinha dificuldade, tudo isso com o intuito de ajudar.

Sempre com bom humor e sempre prestativo para os convites mais bizarros: Vamos a BH? Vamos à praia? À balada? Viajar? Ao churrasco? Ao bar? Ao Parque? Acampar? Caminhar? Ao cinema? Ao teatro? À PQP?

As respostas para as interrogações acima sempre foram: SIM!

Se for para te fazer sorrir pode contar comigo.

Eu não como carne, eu não curto praia, odeio empurra-empurra. Às vezes, eu somente queria dormir, mas vestia o meu melhor sorriso e corria para ver o teu sorrir. Vê-lo, sempre me injetava uma solução de ânimo, o elixir da minha vida.

Mas quando a reciprocidade não vem? Mas quando o distanciamento vem? E quando você percebe que és o amigo, digamos, segunda opção?

Complicado, não?

Eu sempre fui da filosofia de quem se afastou tem seus motivos. O problema surge quando não há valorização.  Do tipo:

Está solteiro (a): - Joel, vamos sair?
            Está namorando: Ouça Grilos da Malásia, Joel.
            Na balada: - Joel! Eu peguei vários (as). Você viu?
                               - Joel! Você sumiu e me deixou aqui sozinho. Que legal, né?

Apesar de eu não demostrar, sim, teu tenho sentimentos. E, sofro. E, me machuco. E padeço ainda mais quando tenho, eu, que me afastar. Fico em frangalhos em dizer NÃO. Mas, entenda que eu tenho que me resguardar. Sou apenas um menino frágil, fragilíssimo, que não recebeu o afeto que precisava quando criança. Sou aquele que tenta dar atenção a todos, pois, compreendo que a falta de zelo pode ocasionar amargura.
   
Porque você me chama quando quer, e eu sempre com um sorriso vou até lá. E, às vezes, isso cansa.

Eu posso não ser o melhor amigo, apesar de tentar sê-lo. Não quero bancar o moralista e jamais passou pela minha cabeça ser arrogante. Cada dia eu tento me moldar, mas, infelizmente, eu  jamais irei conseguir me vender.

terça-feira, 12 de março de 2013

A arrogância do Pônei maldito


Não, não é arrogante você ter o pônei da última geração. Arrogância é você chegar a uma roda de amigos e dizer: - Deixem seus pôneis de lado, pois, eu uso o MEU! Afinal, é melhor, além disso, eu fiz curso de montaria e sou quase um especialista. Sentem-se, fiquem à vontade e assistam ao show!

                Mas afinal, quais os fatores para determinar o que é melhor ou pior? Olha! Se meu pônei 2005 faz o que eu necessito, leva-me e me traz, sobe o morro da Lagoa sem rezingar, carrega meus amigos e minhas bagagens e não reclama etc... Por que irei querer um Pônei igual ao teu? Não, não estou sendo invejoso, medíocre, e, muito menos, arrogante.

                Não é insolência se eu não concordar. Não é ser medíocre se eu disser que odeio esse teu jeito de querer se autoafirmar mostrando suas tecnologias ultramodernas e blá-blá,blá...

                Todos nós, teu amigos, somos bons de uma maneira ou outra. E, talvez, eu nunca vá com a tua feição, pois, somos parecidos. Precisamos de afeto por não tê-lo de quem deveria nos proporcionar.

                Felizmente, o que nos difere é que eu faço as coisas por mim, pensando em mim. Já você, eu creio, prefere viver de aparência.

                Espero estar errado e que sejas eternamente feliz com teu pônei de última geração.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Coração em mosaico


Todo em fragmento, igual a aqueles desenhos ou decorações com peças planas de pedra, cerâmica, vidro, etc que juntos formam algo. Assim está meu figurado coração.

Talvez seja apenas alucinações de uma mente mal dormida, ou quem sabe, a esperança que ainda não se viu erguida.

Imagens em imaginação. Porque ele disse que eu era o bom amigo, que aprendeu comigo, mas o retrato que tiramos jamais foi visto por outros olhos. Porque à tarde de sábado que passamos juntos jamais foi divulgada ao mundo. Sinto-me em frangalhos, somente em imaginar que, eu possa ser aquela velha mania que todos têm e querem esconder por vergonha.

O problema maior surge quando, você entra no youtube e começa a escutar a música “One and only”, da Adele, e no vídeo ela diz: “Então, todos que estão aqui que estão apaixonados. Que estão apaixonados por um amigo e ainda não contaram... Digam logo, não percam tempo.” Assim como, o horóscopo do outro dia diz que a relação com um amigo pode transformar-se em amor... Sim, eis que surge o grande mártir. Pois, acho que os meus sentimentos por ele voltaram a ser de amor, no sentido carnal da palavra.

Como se não bastasse, o meu humor – o carro chefe da minha vida – vai para o Beleléu.   O serviço complica – muitos caciques para poucos índios. A família volta a se desestruturar – cobranças inequívocas surgem. Amigos da faculdade não retribuem os favores do qual eu me solidarizo a realizar – custava uma carona?

Eu não nasci para o amor, mas sigo querendo encontra-lo na esquina. Amo ajudar, mas vivo dando com a cara na porta quando busco retribuição.

Enfim, sou apenas um menino fraco em fantasia de rocha.