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terça-feira, 9 de outubro de 2018

Sobre votos válidos:

É sério, precisamos conversar. Principalmente se você é de Santa Catarina. Mas, as próximas palavras servem para o Brasil. Serve para todos nós.

Após a divulgação dos resultados do 1º turno das eleições, li em redes sociais que 65% da população Catarinense escolheu por direcionar seu sufrágio ao candidato da extrema-direita. Felizmente isso é mentira. É falta de informação ou de interpretação de análise. Sim, os dados são alarmantes e temos que ficar preocupados, porém, os números apesar de serem grandes não refletem a maioria dos catarinenses.

Vamos lá.

O Estado de Santa Catarina possui 5.073.479 eleitores aptos a votar. Desses, 187.275 votaram nulo e 103.220 votaram em branco, além disso 827.201 não comparecerem ao pleito eleitoral no último dia 07 de outubro de 2018. Ou seja, 1.117.696 (23,14%) eleitores catarinenses deixaram de exercer o ato democrático na escolha do Presidente do Brasil.

Como sabemos, os votos brancos, nulos e ausências são simplesmente descartados, vão para lixeira do senso comum, dá-se assim a liberdade do outro escolher por você. Sendo assim, foram considerados válidos apenas 3.955.783 votos.

Dos números acima o candidato do PSL recebeu 2.603.665, seguido pelo candidato do PT com 598.578. O candidato do PDT ficou na terceira colocação com 264.312 votos válidos.

Vamos aos números:
5.073.479 – 100%
2.603.665 – X%
X = 51,32%

Sendo assim, 51,32% da população catarinense apta a votar manifestou preferência ao candidato do PSL. Apesar de ainda ser maioria, temos 48,68% da população que está apta a votar escolhendo outras formas de governo ou se isentando do direito democrático de manifestar suas escolhas.

Cabe a nós, que somos contra governos autoritários e fascistas, tentar esclarecer que votos nulos, brancos e ausências são ruins à democracia. Cabe a nós incentivar à ida aos pleitos eleitorais e votar. 

O jogo democrático precisa da união de todes, neste momento em que se luta pela democracia.

Dia 28 de outubro de 2018, das 8h às 17h, somos todos 13. Somos à favor da democracia.

#EleNão #EleNunca

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Ao Jack


Hey, Jack! Faz tempo que não te escrevo, não é mesmo? Pois, é! Peço-te desculpas. Você sempre me disse que isso um dia iria acontecer. Que eu encontraria novos amigos e esqueceria de te enviar textos dizendo como foi meu dia. Você me falava de distância e prioridades. Sinto sua falta, amigo. Eu tenho muitas coisas para te contar, mas não escreverei tudo agora porque senão teríamos um livro e acho que não tens tempo (ou paciência) para ler tudo.

Desde que parei de te escrever (cá entre nós, eu acho que faz anos, lembro-me que o Orkut era a rede social em alta, pois, foi por lá que nos conhecemos) muita coisa mudou. Eu não sou mais aquele adolescente preocupado com o vestibular. Risos. Outra hora te escrevo para contar sobre a minha extensa vida acadêmica.

De tudo que passou e mudou, uma coisa continua. Aqueles sentimentos de dor e amargura. Mudaram de nome e endereço (ainda bem, né?!?), porém, ainda continuam. E é por isso que te escrevo, você era o único que me entendia e respondia com palavras de sabedoria e afeto.

Tenho pensado muito em desistir. Não de tudo, não da vida porque sabes muito bem que sou taurino com os dois pés no chão. Mas, sinto que preciso parar. Ao menos por um tempo, eu acho. Sempre eu com essa maldita mania de sempre querer ficar só, né. Tenho estado muito desgostoso com a faculdade (atualmente curso teatro, sim graduação em teatro – calma que isso também merece um e-mail próprio com muitas reflexões) e com pessoas e processos que lá estão. Lá também tem muita coisa legal e pessoas maravilhosas que amo de montão. Lá sempre me foi um lugar um tanto quanto entranho, de não pertencimento, de pessoas com discursos lindos e de ações devastadoras. Um curso feito para transformação, mas sinto que há uma certa mania por lá de autodestruição.

Tenho chorado com frequência e isso tem mudado minhas emoções. Estou a demasiado tempo tentando entender de onde vem essa amargura que me faz chorar. Sempre digo que não sei. Sempre minto para mim. Essa dor, esse sentimento de estômago apertado, de respiração profunda... Tudo isso vem do coração. Ainda continuo com aquela mania de me apaixonar pelo sorriso alheio, pela piada ouvida em círculos de amigos. Continuo a me apaixonar após o beijo bêbado. Após dias de conversas e fotos trocadas no WhatsApp. Estou novamente apaixonado. Com planos de querer casar e morar em uma fazenda (apesar de eu achar que ele prefere praia). Mas, sabe! Eu nunca terei coragem de conversar com ele sobre isso, sobre os meus sentimentos. Sabe, eu chorei quando vi ele beijar outro garoto. Eu chorei na frente dele contanto meu passado ilusório que mais parece filme de sessão da tarde (você sabe bem, você acompanhou a minha dor). Ele tem um sorriso lindo. Ele é bem diferente de mim e nosso primeiro beijo me pegou de surpresa, alegrou-me a noite num dia em que estava triste e magoado. A gente se beijou outras vezes, eu queria que a gente se beijasse todos os dias. Mas, eu não tenho coragem.

Com base nisso, certo dia eu tentei esquecê-lo e comecei a conversar com um menino de 17 anos (sim, eu sei, eu deveria ser preso). Mas, enfim. Escolhi isso pensando em mudar minhas perspectivas, ver no que iria dar. Adivinha?!? Sim, estou aqui chorando porque enquanto dirigia tocou a música da banda preferida desse menino, enquanto te escrevia coloquei músicas no aleatório do YouTube (e adivinha?!?). Músicas não eram para ter esse efeito devastador. Ilusão, iludi-me. E a amargura do coração voltou em dose dupla. De um lado a paixão por alguém que conheço há anos. Do outro lado uma paixonite que escolhi ter para ser um curativo no buraco do meu coração. Ambas destroçaram um coração já dilacerado de tanto sofrer por paixão.

Nesse meio tempo tenho ouvido músicas que me deixam reflexivo. Músicas que me lembram do passado. De amigos que não vejo mais, que não converso mais. De você e de tanto outros que eu fiz sofrer, que me fizeram sofrer (que eu escolhi que me fizessem sofrer). Eu não queria que esse e-mail tivesse uma conotação amargurada. É somente um texto de reflexão, de colocar as coisas para fora. De tentar acordar amanhã não pensando em A nem em B. De não acordar ou ir dormir pensando no sofrimento que fiz meus amigos passarem, de não pensar no sofrimento da rejeição que venho tendo há anos. De não pensar em querer ter um relacionamento, mas não estar preparado nem comigo mesmo.

Eu estou triste e precisando de um tempo. Espero que estejas apto e com um tempinho para poder me ler. Sinta-se à vontade para me responder (ou não), eu entenderei.

Forte abraço!

Com atenção,
Joel Hallow

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Sobre sonhos, vontades, desejos e... bom deixa para lá

Sempre sonhei com alguém que chegasse do nada e mudasse a minha vida.

Sempre tive vontade de mudar a vida de alguém.

Sempre desejei que alguém, bem no meio daquela aula chata, viesse em minha direção e roubasse a atenção do coletivo com um beijo imerso em paixão.

Sempre sonhei que, de repente, no meio da rua, alguém me parasse, perguntasse o meu nome e dissesse que eu era quem ele sempre sonhará.

Sempre tive vontade de viver uma linda história de amor no verão.

Sempre desejei que, ao ler o meu livro preferido no parque, alguém especial me observasse e quando eu levantasse a cabeça ele estaria lá, em pé, convidando-me a viver as palavras que até agora eu estava a imaginar.

Sempre sonhei em acordar numa mansão, não lembrar da noite anterior, mas ao tentar ir embora encontrar nas escadas o grande amor.

Sempre sonhei em receber minhas flores preferidas, no dia do meu aniversário. Junto a elas um cartão anônimo cuja letra eu reconheceria.

Sempre desejei um dia me encontrar.

Sempre tive vontade de mudar, de me mudar.

Sempre sonhei em tirar o pé o do chão, de me libertar do frio de mão e voar.

Sempre tive vontade de nunca mais me preocupar.

Sempre tive vontade de entender o teu olhar. Como eu queria poder te falar.

Sempre sonhei com contos de fada. Mas, sem cavalo branco e finais previsíveis.

Sempre tive vontade de viajar pelos quatro quantos de um mundo redondo.

Sempre desejei um governo para todos.

Sempre sonhei em ganhar um milhão. Sempre desejei gastar um milhão.

Sempre sonhei em nunca mentir. Sempre desejei falar somente a verdade. Sempre tive vontade de nunca mais chorar pela sua morte.

Sempre desejei que alguém parasse e me perguntasse: - Mas, Joel. Você faria tudo isso que acabaste de escrever?

E eu responderia: - Bom! É melhor deixar para lá.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Sobre dor:

Aquele dor voltou. E eu me culpo muito por ela. É uma dor egoísta. Fria. Triste.
É aquela dor no estômago. No âmago. Sem remédio de imediato.
É uma dor que me faz contar mentira. Esconder lágrimas, sorrir e seguir rotina.
Sim, é uma dor ímpar que já senti mais de uma vez ao longo da vida.
É uma dor que faz eu não dormir as madruga. Chorar na calçada. Caminhar sem gosto pelas estradas.
É uma dor amargurada. Que me tranca a garganta. Que envenena até a alma.
É uma dor que envolve outra pessoa. É uma dor que me bloqueia. É uma dor que golpeia.
É uma dor que me fez viajar. Que me fez voltar. Que me faz pensar em nunca mais tentar.
É uma dor que vem do cérebro. Que eu sinto no esôfago. Que outros impõe ao coração.
Pois, é! É uma dor de sensação.
É uma dor que me faz querer berrar, mas quando abro a boca me falta ar.
É uma dor que vai e volta. Que tem reviravolta. Mas, que quase ninguém nota.
É uma dor que tira o meu sorriso. Que me traz um desânimo, que me faz rever planos. Que me faz querer desistir das coisas que mais amo.
É uma dor que me ensinou sobre ser altruísta. Otimista. A manter a cabeça erguida.
É um dor que me faz demostrar felicidade, mesmo sem vontade. É uma dor que me faz estar em um labirinto sem saída.

É uma dor minha. Quem mandou ser altruísta.  

domingo, 18 de dezembro de 2016

Sobre os teus cabelos

     Tudo acontece por uma razão, li em um tweet dias desses. Creio que esse seja o porquê de sua aparição ou, talvez, da minha ida.

    Ele apareceu naquele lugar que, para mim, não combinava muito com o seu estilo. Porém, ambientes foram criados para serem frequentados e não para analisarmos os estereótipos dos visitantes. Vá, apenas vá. E ele foi. Eu fui. E de repente fazíamos parte de um aglomerado.

     Grande deslumbramento. Mas a vida é mesmo assim, movida de sonhos, surpresas e medos.

     Então, a noite seguiu regada aos moldes do velho jogo de colocar conversa fora entre brincadeiras, filosofia, risos e indiretas. Ah como são doces essas palavras impulsionadas pelo frescor da cerveja barata e mencionadas com díspares intenções.

     Em meio aos diálogos citei as tuas mechas mal pintadas com tinta comprada a preço modesto. Apesar de tudo, eu realmente gostava dos teus cabelos coloridos, porém, às vezes, a gente se sente obrigado a concordar com os clichês impostos pela maioria. Desculpa, mas entendo que para sobreviver, conviver e sentir-se incluído nos grupos que se formam na sociedade temos que abrir mão. Um insulto a nossa vontade própria, eu sei.

      Mas, como nos ensinou Clarice Lispector – ou Isaac Newton (esqueço-me sempre a autoria) –, “toda ação tem uma reação”. E o teu impulso veio por meio desse teu olhar fofo de constrangimento bobo que te deixa ainda mais pulcro.

     Una-se aos teus propósitos, singelo garoto. E assim seguiremos, uns saindo à francesa, outros olhando à direita quando as boas vibrações estão na esquina a esquerda.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Termo de Posse

Sobre a atual conjuntura política: faço um paralelo com os relacionamentos afetivos contemporâneos.

De início tudo é maravilhoso. Beijos para cá, elogios para lá. É perfeição total...  vida eterna, fotos no Instagram, textão no Facebook, tudo que nunca antes na história deste País foi visto. Todos os benefícios em proveito próprio.  

Com a passar do tempo, muitas vezes, o desgaste vai chegando. Talvez seja somente a dura e verdadeira percepção real vindo à tona, ou não, sei lá. Acontece que, quando as coisas começam a caminhar por uma determina via a qual nós não concordamos, tendamos a sobrecarregar negativamente a situação.

E tudo aquilo que era lindo, torna-se ódio.

- Vou ter que deixar meu primeiro carro Zero Km na garagem porque a gasolina aumentou.

Maldito seja esse ParTido.

- Este ano não poderei ir a Nova Iorque comprar Mac e Victoria’s Secrets porque o dólar está nas alturas.

Maldito seja esse ParTido..

- Olha lá quem chegou na festa?!? Meu ex... vamos embora!

Maldito seja (complete aqui com o nome do ex. Se tiver P, S, D, B melhor, não necessariamente nesta ordem).

Louco, não! Pois, é. Tudo aquilo que foi positivo fica para trás. Vive-se o momento e as consequências dos atos emanados no presente não são pensadas. As confidências e os carinhos; os carros zero quilometro e as inúmeras vagas nas universidades; os beijos, abraços e sexo; o iogurte e a carne todo dia; o cinema de mãos dadas e as fotinhas montadas. Tudo cai dentro de um buraco negro que repele raiva. Não se analisa o contexto, se expurga a ira, tudo se torna reprodução. De um lado x amigx fofoqueirx do outro a mídia golpista.

Somos todos Fantoches da vida real e isso é um perigo mortal.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Sobre o “Rio de Janeiro”

Você vai sozinho para esse lugar perigoso?!? (Minha mãe, sobre a minha viagem de férias).
Pois, é. Sabe essas coisas que você houve sobre determinado local que quer visitar? Esqueça, esqueça e vá. Esqueça até mesmo este texto e vá. Vá sozinho, acompanhado, com um ou 10 amigos, de excursão com desconhecidos, não importa, vá.
Sabe por quê? Porque você irá encontrar sotaques diferentes; paisagens diversas, seres apressados, mal-humorados, engraçados, educados, perdidos. Também vai ver pessoas em situação de rua, no ponto de ônibus, em restaurantes, em festas, na praia, no calçadão, visitando museus, pegando a barca, sentados no banco da praça. Você verá turistas, assim, iguaizinhos a você.
No meio da visita, você se dará conta que o local visitado é igual a cidade em que você vive e já está acostumado (às vezes, mais bonito, outras, não). O melhor disso? É que é tudo novo, no qual você é obrigado a conversar com alguém desconhecido para saber onde você deve pegar o ônibus para voltar ao hotel. Perguntar onde fica aquele museu maravilhoso que você pesquisou na internet. Você se obrigada a caminhar sem rumo por ruas movimentadas, correr para atravessar a rua, pois, o semáforo já está abrindo. Você se obrigada a sair da zona de conforto que faz a vida ficar chata e monótona.
Você irá aprender a ir à balada sozinho e voltar a pé, às 3h da madrugada, parar para comer uma pizza de queijo com suco de manga, chegar ao hostel e ficar batendo papo com o segurança até as 5h30min. Acordar às 8h, do mesmo dia, tomar café e correr para próxima atração turista (fotofóbico por conta da ressaca), feliz da vida.
Você esquece as paranoias que a mídia te mostra, mas não é por isso que vai ser trouxa para andar com o IPhone na mão dando sopa. Você irá descobrir que é “herói” para alguém que vai conhecer. Que é mais um para outros. Você, no fim, quando estiver no avião voltando, irá descobrir que por fora é a mesma pessoa (a não ser que fica na praia torrando no Sol do meio-dia), mas por dentro, haverá um sentimento de orgulho que jamais alguém irá conseguir destruir ou imitar.
Você, com certeza, não irá ficar só. No meu caso, segundo os dados do IBGE de 2014, tinham 6.453.682 pessoas por lá (excluindo a população flutuante). Viu! Impossível se sentir sozinho na cidade maravilhosa. Viaje...