Então você conhece alguém novo, e
como as amizades, hoje, tornam-se mais virtuais que carnais, logo as redes
sociais entram em cena. E nada mais justo que dar uma pesquisada no perfil do
recém-adicionado e novo amigo.
Pesquisa vai, pesquisa vem e não
podemos deixar de observar aquela linda foto do perfil que demorou 10 horas e
500 flash’s para ser produzida... Os lugares visitados, as baladas, os sorrisos
de alegria, as frases clichês de poetas e de pessoas desconhecidas, os plágios a
autores famosos, as infernais fotos de comida, a defesa infundamentada aos
animais e para finalizar a glória ao senhor G-zuis Cristo... Pronto primeira
fase concluída.
Se ultrapassada essa fase e o
interesse continuar é hora da segunda etapa. A conversa no chat. Esse próximo
passo serve para duas coisas, descobrir se o novo amigo não escreve “concerteza,
seje ou menas” e claro para saber as intensões do futuro sei lá o quê.
Mas, como iniciar a conversa sem
dar muito na cara? Falar sobre o tempo? Com certeza, não. Isso é coisa dos anos
1970 e quando ambos olhavam para o céu. Falar sobre... sobre... Tem que ser
algo contemporâneo, assim como, as redes sociais que nos uniram. Já sei! os
amigos em comum. Sorriso no rosto e...
- Oi Fulano, tudo bem?
Seis horas depois.
- Td e com vc?
Puta que Pariu... 2013 e as
pessoas ainda continuam abreviando as palavras, isso tinha motivo quando o computador
era novidade e as pessoas estavam aprendendo a digitar e ficavam 30 minutos “catando”
as letras no teclado, ou quando os celulares eram alfanuméricos. Mas, hoje
qualquer embrião já sabe digitar bem rapidinho e os telefones são todos em
teclados Qwert. Não há mais motivos
para abreviações... E caralho, seis horas de demora e ainda responde “comendo”
letras. Aff...
- Que bom, eu estou bem também,
felizmente.
Eu sempre respondo assim, não
importa se eu esteja tendo um enfarto ou esteja realmente bem.
- e as novidades?
- nenhuma e vc?
- também nada...
Eu posso ter feito um milhão de
coisas novas, mas eu não sei o motivo, mas sempre acho que isso não é novidade,
até porque eu vivo fazendo um milhão de coisas sempre e sempre esqueço que as
fiz.
Essas primeiras conversas são
sempre um tédio, até porque não se tem nada para comentar, afinal ambos não
sabem nada um do outro... ou seja, irão conversar sobre o quê? Ah sim! os
amigos em comum, já iria me esquecendo.
- Então, eu vi que você também é
amigo da Wanessa Camargo.
- Quem?
- A Wanessa, olha o link do
facebook dela...
Sim, eu escrevo e falo facebokk e
detesto que o chamem de “face”, não tenho intimidade nenhuma com o Zuckerberg e
aposto que, assim como eu, ele também deve detestar esses apelidos que colocam
na gente ou em nossos filhos.
- Ah... não conheço ela não.
Oi? Como assim não conhece?
- Mas, ela está no seu facebook!
- humm... não conheço não, quem é
ela?
Ok! Para falar a verdade também
não conheço essa cadela, é que sabe como é, né... ando por tantos lugares que
as pessoas me conhecem e me adicionam e como eu tenho esse sério problema com
memória acabo aceitando para não parecer antissocial.
- É! Eu também não conheço, para
falar a verdade. Por isso estou te perguntando, ela me adicionou faz um tempo,
mas nunca falou comigo e eu não a reconheço pelas fotos.
- pois é... vou indo nessa.
Tchau...
- Tchau!
É, nem sempre conversar sobre os
amigos em comum é algo animador. Acho que deveria existir uma rede social que
tenha a opção de marcar quem são nossos inimigos ou as pessoas de quem não
gostamos, mesmo que não há conhecemos. Sim, eu estaria com várias marcações.
Mas, cá entre nós, é sempre mais animador conversar sobre uma pessoa que não gostamos
o papo sempre flui melhor quando podemos alfinetar certas pessoas. =)