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terça-feira, 13 de maio de 2014

A liberdade de ser (in)feliz

Prezado Joel Hallow,

Eu, como especialista, não irei te receitar remédios do tipo tarja preta. Isso, evidentemente, pelo fato de você não os precisar. Tu não estás doente, não precisas de um CID, de um diagnóstico. Estás apenas triste. E, eu, como detentora da rubrica médica, te dou a permissão para se sentir assim (melancólico).

A infelicidade não é algo ruim, não é para ser amenizada com comprimidos enriquecedores de indústrias farmacêuticas. Ela é para ser degustada, igualmente a um bom vinho importado em noite de inverno. Pode parecer loucura da minha parte (eu também não tomo as ditas pílulas, para deixar claro), mas quem disser ao contrário é porque assistiu telenovelas demais. A tristeza faz parte do ser e é essencial à vida, assim como, a água e o oxigênio.

Não queiras ir à balada após ser demitido, não queiras dar uma festa após ter perdido um ente querido, não queiras esconder os teus sentimentos de afeto, indo ao teatro, após ver o “amor da tua vida” beijar um outrem. Não queiras ser feliz quando tens motivos aos montes para ser infeliz.

Deguste a tristeza. Trabalhe consigo e para si a dor da angustia. Tome o suco de maça, que sei que tens na geladeira. Durma a quantidade de horas prevista. Leia o famoso livro "infantil" que está na estante do teu guarda-roupa. Enfim, reformule o teu cotidiano. 

Seja o infeliz mais consciente que possas ser. Eu te dou essa liberdade, não se prenda a "Ditadura da Felicidade".

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