Sobre a atual conjuntura política: faço um paralelo com os
relacionamentos afetivos contemporâneos.
De início tudo é maravilhoso. Beijos para cá, elogios para
lá. É perfeição total... vida eterna,
fotos no Instagram, textão no Facebook, tudo que nunca antes na história deste
País foi visto. Todos os benefícios em proveito próprio.
Com a passar do tempo, muitas vezes, o desgaste vai
chegando. Talvez seja somente a dura e verdadeira percepção real vindo à tona,
ou não, sei lá. Acontece que, quando as coisas começam a caminhar por uma
determina via a qual nós não concordamos, tendamos a sobrecarregar
negativamente a situação.
E tudo aquilo que era lindo, torna-se ódio.
- Vou ter que deixar meu primeiro carro Zero Km na garagem
porque a gasolina aumentou.
Maldito seja esse ParTido.
- Este ano não poderei ir a Nova Iorque comprar Mac e
Victoria’s Secrets porque o dólar está nas alturas.
Maldito seja esse ParTido..
- Olha lá quem chegou na festa?!? Meu ex... vamos embora!
Maldito seja (complete aqui com o nome do ex. Se tiver P, S,
D, B melhor, não necessariamente nesta ordem).
Louco, não! Pois, é. Tudo aquilo que foi positivo fica para
trás. Vive-se o momento e as consequências dos atos emanados no presente não
são pensadas. As confidências e os carinhos; os carros zero quilometro e as inúmeras
vagas nas universidades; os beijos, abraços e sexo; o iogurte e a carne todo
dia; o cinema de mãos dadas e as fotinhas montadas. Tudo cai dentro de um
buraco negro que repele raiva. Não se analisa o contexto, se expurga a ira,
tudo se torna reprodução. De um lado x amigx fofoqueirx do outro a mídia
golpista.
Somos todos Fantoches da vida real e isso é um perigo
mortal.